sábado, março 31, 2012

Autoestima: O Sistema Imunológico da Consciência

Autoestima: O Sistema Imunológico da Consciência

A palavra autoestima é composta por dois elementos: auto e estima. “Auto” provém do grego “autos”, que é um adjetivo ou pronome que significa próprio, o mesmo. E “estima” provém do verbo estimar, que significa apreciar, julgar, crer, ter apreço.

Neste sentido, autoestima faz referência ao apreço, à consideração, ao carinho e/ou amor por si mesmo. Seguindo este raciocínio, a autoestima é uma atitude; concretamente é a atitude que assumimos em relação a nós mesmos, isto é, com relação ao que pensamos, sentimos, dizemos e fazemos. Tudo o que está em nós sofre sua influência. A autoestima engloba o autoconhecimento, a avaliação que fazemos de nós, a aceitação e os sentimentos que experimentamos e, consequentemente, o comportamento que temos a esse respeito.

É justamente por ser importante e absorver-nos totalmente que a autoestima é algo fundamental em nossas vidas. Ela é a organização relativamente estável de crenças, opiniões, percepções, conhecimentos e avaliações que cada um tem sobre si mesmo, que orienta e dirige nosso comportamento de maneira consistente e coerente.


Em outros termos, a autoestima é o que pensamos de nós, a forma pela qual nos avaliamos e aceitamos os sentimentos que experimentamos a esse respeito, bem como o modo pelo qual nos comportamos. A forma pela qual nos avaliamos e os sentimentos que isso produz em nós têm íntima relação com nossa história pessoal, com nossas experiências infantis, com o período da vida em que éramos indefesos e especialmente flexíveis e maleáveis. A formação de nossa autoestima é resultado direto da maneira como internalizamos nossos primeiros “objetos” de amor, pai e mãe. Outras pessoas significativas em nossas vidas tais como os professores que, de acordo com Freud, são os herdeiros dos pais, programaram-nos direta ou indiretamente de forma positiva ou negativa.

Não podemos ter autoestima sem possuir alguma informação sobre nós mesmos. Tal informação pode ser sólida ou volúvel. É sólida quando resulta de uma reflexão contínua e séria; volúvel quando resulta de uma ausência de introspecção (olhar-se por dentro). Podemos considerar que a autoestima, quando elevada, age como se fosse um sistema imunológico da consciência: não garante totalmente a saúde, mas nos torna mais resistentes à doença e nos proporciona energia para superar os conflitos que vão surgindo no decorrer da vida.

Quando a autoestima é baixa, a resistência para enfrentar os conflitos se vê diminuída e é mais provável que fiquemos fragilizados diante de um sentido trágico de nossa existência e aos sentimentos de impotência. Com baixa autoestima, teremos a tendência de estar mais influenciados a evitar a dor do que experimentar a alegria, pois os aspectos negativos têm maior poder que os positivos.

Sendo fundamental na estrutura do psiquismo de qualquer pessoa, em grande parte determina sua qualidade de vida. Em casos extremos de patologia, pode existir uma excessiva distorção da autoestima, como nos estados de mania, que o sujeito em euforia se sente superior às pessoas que estão a sua volta. Tal quadro indica uma defesa para superar uma depressão subjacente. Na depressão, a autoestima pode-se encontrar em nível tão baixo que pode fazer emergir ideações suicidas. Outro aspecto que sinaliza baixa autoestima é a autossuficiência e arrogância de determinadas pessoas.

Para melhorarmos nossa autoestima o primeiro passo é nos conhecer melhor e, às vezes, requer psicoterapia ou análise. O segundo passo é avaliar-nos com justiça e aceitarmos como somos. Por fim, é necessário agir sobre si, um mudar a nós mesmo, o que implica um trabalho exigente e um esforço considerável que não é impossível!
grnews.com.br

Shirley Amaral psicóloga, psicanalista, pedagoga e especialista em psicopedagogia. 



Auto aceitação e auto estima
A auto-aceitação é caminho decisivo para uma boa auto-estima.

É o passo certeiro que definirá uma postura positiva consigo mesmo, estando satisfeito, de acordo e respeitando suas possibilidades, limitações, corpo e alma.  Segundo Vera Lucia Ferreira, “Aceitar-se é honrar o ser que você é e a sua jornada. É dizer sim para si mesmo(a), sem esperar pelo sim do outro, como acontece freqüentemente.”.

A cada dia percebemos novas necessidades e pressões externas para sermos melhores, sermos como o tão famoso Dr. Fulano, o tão sucedido Sr. Ciclano ou ainda tão belo(a) quanto o(a) Miss Beleza. E estas pressões externas passam a fazer parte de nossas vidas de modo que já não mais conseguimos distinguir se elas vieram de fora para dentro de nós, ou se nós a criamos em nosso interior.

O resultado é que passamos a nos cobrar cada vez mais e nos esquecemos de nossa essência, de nossas qualidades e potencialidades. Estas não são mais valorizadas e ao contrário, esquecidas. Iniciamos uma seqüência de pensamentos nova, mas nada eficaz para nós, de que “o que sou hoje não é mais suficiente” e que “preciso ser de outra forma” ou ainda “preciso ser mais do que era antes” e ainda “devo ser e fazer como as pessoas me dizem ou são”.

Estes pensamentos tão comuns em nossas vidas passam a fazer parte do nosso eu e o que conseguimos visualizar a partir daí é o que o outro é, o que o outro tem; e concluímos o que “eu devo ser” e o que “eu devo ter” assim como a minha família. Neste momento, nosso corpo já não é tão bonito, aparentável ou saudável como deveria ser e já não temos posses ou propriedades que deveríamos ter.

Alguns conseguem lidar bem com estes pensamentos e necessidades incutidos pelo mundo moderno e vão vivenciando conforme acreditam que deve ser. Mas vários outras pessoas, já não sabem diferenciá-los ou adequá-los à sua realidade. E passam então a não se aceitarem como são e a desenvolver uma baixa auto-estima. Estes indivíduos passam a deixar as rédeas de sua vida nas mãos de demais pessoas, como amigos, família, colegas de trabalho que devem ou não aceitá-los, elogiá-los ou puni-los. E então agora com baixa auto-estima, já não acreditam e não gostam de si mesmas e as conseqüências disto podem ser nefastas nas áreas física, emocional e espiritual.

Surge a necessidade de tratamento e de uma transformação essencial para que estas pessoas sejam capazes de mudar sua vida, suas lógicas de pensamento e o aspecto que havia sido desmerecido, maldito e geralmente desrespeitado por tanto tempo. Ao proporcionar expressão e reconhecimento de todas as partes do ser, a transformação essencial oferece a oportunidade de mover-se em direção da totalidade, da auto-aceitação e da alegria. Exercícios durante a psicoterapia proporcionam que estas pessoas consigam se sentir seguras, agradecidas pelo seu potencial, cientes da beleza da vida, em paz e confiantes em si mesmas.

Segue abaixo uma Fábula de La Fontaine que bem ilustra a dificuldade de quem se deixa alienar aos outros, perdendo a sua liberdade de escolha, de pensar e de vida, dependendo de aprovação dos demais, o que acaba por colocar um fim na sua alto auto-estima.

Autora: Flávia Araujo de Sousa

Psicóloga – Viver Psicologia